Economia
25/03/2025
Após o Banco Central (BC) elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, as previsões do mercado financeiro para o crescimento econômico e a inflação em 2025 foram revisadas para baixo, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (24) em Brasília. A pesquisa, que é realizada semanalmente, reflete as expectativas das instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.
A nova projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 caiu de 1,99% para 1,98%. Para os anos seguintes, a expectativa de crescimento permanece inalterada em 1,6% para 2026, enquanto para 2027 e 2028, as estimativas são de 1,9% e 2%, respectivamente. Vale destacar que, em 2024, a economia brasileira registrou um crescimento de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de avanço e a maior expansão desde 2021.
Em relação à cotação do dólar, a previsão é que alcance R$ 5,95 até o final deste ano, subindo para R$ 6 até o final de 2026. Quanto à inflação, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi levemente ajustada, passando de 5,66% para 5,65% em 2023. Para 2026, a projeção aumentou de 4,48% para 4,5%. As estimativas para 2027 e 2028 são de 4% e 3,78%, respectivamente. Importante salientar que a previsão para 2025 ultrapassa o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual.
A alta nos preços da energia elétrica contribuiu para que a inflação oficial alcançasse 1,31% em fevereiro, o maior índice desde março de 2022 e o mais elevado para o mês de fevereiro desde 2003. Ao longo dos últimos 12 meses, o IPCA acumulou 5,06%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC justifica a elevação da taxa Selic como uma medida necessária para controlar a inflação, que continua em alta, especialmente em relação aos serviços. O Copom alertou que “a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação no crescimento”, e que continuará a monitorar a política econômica vigente.
Em relação às futuras reuniões, o Copom indicou que a elevação da Selic será “em menor magnitude” na próxima reunião programada para maio. Até o final deste ano, o mercado financeiro estima que a taxa básica pode atingir 15% ao ano, com previsões de queda para 12,5%, 10,5% e 10% nos anos seguintes.
A elevação da Selic visa conter a demanda aquecida, o que impacta diretamente nos preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Entretanto, fatores como risco de inadimplência e despesas administrativas também influenciam as taxas que os bancos oferecem aos consumidores.
*Com informações de Agência Brasil
©2022 Dido Informação com Opinião. Todos os direitos reservados