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Dados apresentados pela Fecomércio mostram que a capacidade de inovação é determinante para superar os desafios.

Economia

21/03/2025

Apesar de inflação, setor de Alimentos e Bebidas tem oportunidades para 2025

O estado atual da economia brasileira, marcado por inflação elevada, aumento das taxas de juros e desaceleração do crescimento, tem gerado pressões significativas tanto para os consumidores quanto para os empresários do setor de serviços, principalmente aqueles que atuam em bares e restaurantes. Apesar dos desafios, o primeiro trimestre de 2025 termina trazendo promissoras oportunidades, segundo o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio), William Figueiredo, que falou na tarde de quinta-feira (20) durante o 42º Encontro Nacional da Abrasel, realizado no Centro de Convenções de Natal.

Figueiredo ressaltou que, em um contexto onde o PIB cresceu 3,40% em 2024, o setor de alimentação fora do domicílio se destacou, apresentando um aumento de 5,3% na receita real, superando a média do setor de serviços, que foi de 3,2%. No entanto, as previsões para o PIB, inflação e taxa de juros para o ano em curso sinalizam um cenário de aceleração inflacionária, especialmente a partir de novembro de 2024. O especialista alertou sobre o aumento das taxas de juros, que devem se manter em níveis superiores a 10%, e a expectativa de um dólar cotado a R$ 6,00, o que impõe desafios que requerem inovação e adaptação por parte dos empresários.

Um dos pontos críticos abordados foi a dificuldade do setor em repassar a inflação dos alimentos. Nos últimos quatro anos, o aumento nos preços nos supermercados superou em 20 pontos percentuais a inflação da alimentação fora do domicílio, comprimindo as margens de lucro. Figueiredo exemplificou que, enquanto o preço do café subiu 66% nas gôndolas, a alta na conta dos restaurantes foi de apenas 11%.

“Os números mostram que há um grande desafio de manter os negócios funcionando de forma competitiva sem comprometer a margem de lucro”, advertiu.

A palestra também discutiu a transformação digital no setor, com ênfase no crescimento do delivery. Dados revelaram que, em 2024, um único aplicativo de entrega registrou 110 milhões de pedidos mensais, um recorde.

“As dark kitchens são hoje grandes concorrentes dos estabelecimentos físicos. É preciso investir na experiência, atendimento e qualidade do serviço prestado para reter e atrair clientes para bares e restaurantes”, alertou Figueiredo.

Ao final de sua apresentação, o economista concluiu que, apesar das pressões inflacionárias e do aumento nos custos, o setor de bares e restaurantes possui oportunidades significativas para aqueles que investirem em tecnologia, qualificação de profissionais e estratégias de fidelização. “A capacidade de adaptação e a inovação serão determinantes para que o setor não só supere os desafios, mas também consolide um crescimento sustentável no médio e longo prazo”, afirmou William Figueiredo.

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